solitário
não sou detento
Vêm-me e, se a bem, vão-lhes.
A quem (acha que) pensa que a vida é arte marcial,
ou que é bala, pedra e pau,
eu ofereço distâncias.
A quem entendeu que a vida é para o amor
ofereço minha faixa laranja.
Os que marcaram a minha vida ao ponto do musicalmente,
não menoscabo com joinhas
esses mais que excelentes.
A quem me ensinou a navegar
a vida que em verdade conduz,
ofereço a minha pira,
minha flama,
minha luz.
Tenho mais juízo quando brilha o Sol.
Quando a natureza trina, silva, pia, e brinca.
Quando nas escolas se aprende
e a lua descansa de mim.
Preciso afeiçoar-me à cotovia,
que a coruja já muito me perdeu.
Deixar a luz bater nas janelas translúcidas da alma
e assim tê-la mais clara.
Deixar sem realização certas intensidades
próprias de quando é tarde.
Asserená-las até que se acalmem.
Deixar-me estar cá.
Deixar estar-me
e deixar.